Assessoria de Imprensa – 11/06/2007 O deficiente na sala de aula foi a pauta da II Jornada Pedagógica da FAAG (Faculdade de Agudos), realizada entre 4 e 6 de junho. O evento reuniu educadores e pesquisadores renomados na área de educação inclusiva, que levantaram debates ainda polêmicos sobre o assunto. A necessidade de investimentos do governo na área, o despreparo do professor para lidar com o aluno deficiente na sala de aula e a falta de estrutura das escolas para receber esses estudantes foram os principais aspectos colocados em questão. No primeiro dia da jornada, o professor-doutor Eduardo José Manzini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília, defendeu investimentos no projeto. “Isso é extremamente necessário porque é preciso adequar o ambiente escolar, assim como os professores têm de se preparar”, comentou. Na mesma linha de pensamento, a professora-doutora Emília Freitas de Lima, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), destacou que a educação inclusiva depende de um conjunto de fatores, mas principalmente de uma adaptação e reorganização do atual cenário educacional do País. “A presença desses alunos (deficientes) em classes regulares, sem as condições necessárias, vai provocar uma exclusão efetiva. Portanto, é um assunto controvertido, tanto do ponto de vista da existência desse fenômeno nas escolas, quanto no quesito de como orientar a formação dos profissionais para lidar com os estudantes especiais”. Na opinião de Lima, os esforços do governo para efetivar a educação inclusiva ainda são tímidos e tendem a transferir toda a responsabilidade aos educadores. “São medidas precárias, dando a idéia de que toda a questão se resolve só com a atuação dos professores. É mais uma responsabilidade que os docentes adquirem, sem a contrapartida nas condições, nem de carreira, nem de salário, nem de estrutura”, acrescenta. A jornada também teve espaço para tratar do preconceito contra o deficiente, inclusive em âmbito escolar. A pedagoga Jussara Gonçalves do Carmo Berno, palestrante do segundo dia do evento, lembrou que atualmente, os termos usados para denominar os deficientes, na maioria das vezes, são carregados de preconceito, reforçando as dificuldades de inclusão social que essas pessoas enfrentam no decorrer da vida. Ela disse que a situação é muito comum também nas escolas. “A faculdade não preparou adequadamente os docentes. Até alguns anos atrás, o universitário de pedagogia concluía a faculdade com aptidão para trabalhar com o aluno sem nenhum tipo de deficiência ou necessidade especial. Educação inclusiva não entrava na grade curricular. Está entrando agora, mas ainda em poucas instituições de ensino superior.” Os assuntos debatidos na jornada atraíram centenas de participantes durante os três dias de evento, entre estudantes de pedagogia, professores e pesquisadores da área. Missão cumprida A II Jornada Pedagógica da FAAG contribuiu significativamente com a formação dos alunos de pedagogia, que puderam atualizar seus conhecimentos sobre educação inclusiva, tema do simpósio. “Esse evento veio num momento positivo, porque a grade do curso de pedagogia da FAAG foi alterada. Além da faculdade já se preocupar com as áreas de deficiência mental e auditiva, a partir do semestre que vem teremos as disciplinas de deficiência visual e necessidades físicas”, comentou Juliana Araújo, organizadora da jornada e coordenadora do curso de pedagogia da FAAG. “Contudo, os assuntos debatidos pelos palestrantes são extremamente atuais e relevantes no cenário educacional do Brasil. Vão contribuir muito para a vida profissional dos nossos alunos”, completou. Na opinião da mantenedora da faculdade, Márcia Regina Vazzoler, a jornada atingiu a expectativa. “Os objetivos foram cumpridos. O evento, mais uma vez, foi de grande valia para os alunos, que tiveram a chance de participar de discussões importantes sobre um tema (educação inclusiva) que está na pauta da educação brasileira”, completou. Durante os três dias da Jornada Pedagógica, os participantes puderam conferir apresentações culturais, como o Coral de Libras, performances de danças e capoeira, além de um teatro de fantoche com profissionais da Sorri, de Bauru. Lucien Luiz
Educação inclusiva pode gerar efeito contrário
Assessoria de Imprensa – 07/06/2007 Os esforços para a viabilização da educação inclusiva no Brasil têm de contemplar, fundamentalmente, a infra-estrutura do meio escolar. Caso contrário, o resultado pode ser inverso. É o que avalia a professora-doutora Emília Freitas de Lima, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Em sua palestra, ministrada no terceiro dia da II Jornada Pedagógica da FAAG, ela destacou que a inclusão dos alunos deficientes depende de um conjunto de fatores, mas principalmente de uma adaptação e reorganização do atual cenário educacional do País. “A presença desses alunos (deficientes) em classes regulares, sem as condições necessárias, vai provocar uma exclusão efetiva, ou seja, um efeito contrário ao qual se espera”, ressalta. Para ela, os projetos do governo para efetivar a educação inclusiva ainda são tímidos e tendem a transferir toda a responsabilidade aos educadores. “São medidas precárias, dando a idéia de que toda a questão se resolve só com a atuação dos professores. É mais uma responsabilidade que os docentes adquirem, sem a contrapartida nas condições, nem de carreira, nem de salário, nem de estrutura”, acrescenta. A professora concedeu entrevista à assessoria de imprensa da FAAG. Confira algumas partes. Na sua opinião, por que a educação inclusiva é relevante e controvertida? Emília Freitas: Ela é relevante porque não existe educação que não seja inclusiva ao meu ver. Se a educação não for inclusiva, para mim, não é educação. E é controvertida porque não se tem receita de como fazer para que ela seja colocada em prática sem dúvidas. Outro ponto dessa controversa é que existem profissionais que defendem a inclusão de alunos deficientes em classes regulares e outros que entendem que não, necessariamente, essa inclusão deva acontecer, mas por conta da falta de condições adequadas ao funcionamento. A presença desses alunos (deficientes) em classes regulares, sem as condições necessárias, vai provocar não uma inclusão, mas uma exclusão efetiva. Portanto, trata-se de um assunto controvertido, tanto do ponto de vista da existência desse fenômeno nas escolas quanto de como orientar a formação dos profissionais para lidar com esses alunos deficientes. Como a senhora analisa as políticas públicas em prol a esse projeto? Emília Freitas: Muito precárias. Elas dão a idéia de que toda questão se resolve apenas com a atuação dos professores. É mais uma responsabilidade que os docentes adquirem sem a contrapartida nas condições, nem de carreira, salário e de adequação da infra-estrutura escolar. A parte que competiria ao governo fazer, ele não faz, mas passa a responsabilidade aos professores. A senhora acredita que não é possível tratar de educação inclusiva dentro dos quatro anos de duração do curso de pedagogia. Emília Freitas: É verdade. Se for para lidar com necessidades educacionais especiais e específicas, a formação inicial não dá conta de resolver. É algo que tem de ser completado ao longo da carreira, com formação continuada e profissionais auxiliares aos professores das classes regulares. A senhora defende muito a atitude inclusiva do professor. O quê quer dizer com isso? Emília Freitas: A atitude inclusiva a que eu me refiro tem a ver com a aposta que os professores têm de fazer de que todos os alunos podem e devem aprender, que eles têm condições de aprender. Hoje, os professores fazem essa aposta? Emília Freitas: Acredito que não. Porque se fizessem, realmente a história da educação inclusiva seria outra. Em geral, isso não acontece. A senhora acredita que os professores estão interessados em saber sobre educação inclusiva? Emília Freitas: Não sei se os professores estão interessados no assunto para lidar com o deficiente em sala de aula. Sei que eles estão muito assustados. E isso é um sinal de quê? Emília Freitas: De que eles não estão sentindo amparo e apoio nessa tarefa que é tão difícil e complicada. Eles estão se sentindo sozinhos, sem as necessárias capacitação e condição para isso. Qual aspecto que o governo deveria contemplar fundamentalmente para que a educação inclusiva possa se efetivar na educação brasileira? Emília Freitas: Do ponto de vista do ensino em si, deixando de lado as condições materiais da escola, não se faz educação inclusiva sem gastar dinheiro. E gastar dinheiro implica ter pessoal especializado. Em vista do cenário de falência que se encontra a educação brasileira, o que faz a senhora acreditar na efetivação da inclusão? Emília Freitas: Acredito que se não houver esperança, melhor a gente cruzar os braços. Em segundo lugar, vejo que essa tal falência, tão proclamada, é mais uma arma para não investir. A senhora acredita que o professor tem preconceito contra o deficiente? Emília Freitas: Acredito, mas não só contra os deficientes, mas contra todos os alunos que saiam de um padrão constituído e instituído. E esse padrão corresponde ao aluno que é rápido, branco, inteligente, quieto, de boa família, de classe média, limpo, bem arrumadinho, bem vestido. Fugiu disso, não interessa. Qual a perspectiva da senhora para a educação inclusiva no Brasil? Emília Freitas: Dentro dos próximos anos não é muito animadora. Não estou vendo as políticas se conduzirem para uma direção que, em curto prazo, possamos ter alguma coisa se efetivando. Precisamos de mais líderes, inclusive políticos, brigando por esta causa. Lucien Luiz Emilia Freitas de Lima: professora-doutora pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Termos reforçam preconceitos contra deficientes
Assessoria de Imprensa – 06/06/2007 Uma palavra pode ter inúmeros significados, o que sugere precisão no emprego de cada uma delas, seja na linguagem escrita ou na oral. Esse cuidado, no entanto, não é prioridade entre a sociedade brasileira, principalmente quando o assunto é deficiência. Os termos usados para denominar os deficientes, na maioria das vezes, são carregados de preconceito, reforçando as dificuldades de inclusão social que essas pessoas enfrentam no decorrer da vida. O assunto foi tema da palestra da pedagoga Jussara Gonçalves do Carmo Berno na noite da última terça-feira, durante a II Jornada Pedagógica da FAAG. “A sociedade ainda não aprendeu a conviver com as diferenças, por isso age com preconceito contra os deficientes. O uso de termos inapropriados, como mongolóide, por exemplo, ainda é muito presente”, comenta. A professora, que é especialista em educação especial, concedeu entrevista à assessoria de imprensa da FAAG. Confira alguns trechos. Quais são os termos mais preconceituosos contra o deficiente, usados atualmente? Jussara: Na área da excepcionalidade, o termo surdo-mudo é bastante preconceituoso. Ele sugere que a pessoa não tem possibilidade de comunicação, o que não é verdade. Usando apenas o termo surdo consigo indicar que a pessoa tem déficit na área auditiva e não consegue falar. Quem é surdo tem todas as possibilidades de desenvolvimento oral, mas isso não acontece por conta do bloqueio na área auditiva. Eu destacaria também os termos retardado e mongolóide, que são muito depreciativos. O correto seria síndrome de Down. Essa terminologia é constante no âmbito escolar? Jussara: Tanto no escolar quanto no social. A gente tem que aprender que as mudanças precisam acontecer não só dentro das escolas, mas a sociedade tem que saber como lidar com as pessoas com necessidades especiais. Falta informação ao professor sobre quais termos usar com os deficientes? Jussara: Falta. A faculdade não preparou adequadamente os docentes. Na realidade, os professores que vêm de um sistema educacional de até 13 anos atrás, saíram da faculdade sem saber nada da área de educação especial. Eles não tinham nenhuma matéria a respeito. O universitário de pedagogia concluía a faculdade com aptidão para trabalhar com o aluno sem nenhum tipo de deficiência ou necessidade especial. Educação inclusiva não entrava na grade curricular. Está entrando agora, mas ainda em poucas faculdades. Quais são os prejuízos dessa terminologia para os deficientes? Jussara: Elas são bastante preconceituosas e estigmatizantes. Quando ouvimos “vi um deficiente”, por uma pessoa que fala de uma forma diminuída, nos sentimos estimulados a continuar não acreditando na capacidade de desenvolvimento e aprendizagem deles. A sociedade ainda vê o deficiente de uma forma menor, sem grandes potencialidades. Porém, já existe a consciência de que são pessoas que têm um déficit em alguma área, porém com possibilidade de desenvolver outras habilidades. É o caso, por exemplo, da pessoa que tem deficiência auditiva. Ela compensa o problema na capacidade de concentração. Na sua opinião, a sociedade usa termos discriminatórios por não conhecer o real significado dessas palavras ou porque, de fato, têm a intenção de discriminar os deficientes? Jussara: A sociedade ainda discrimina porque ela está preparada para lidar com o belo, o perfeito e o inteiro. Qualquer pessoa que fuja do conceito tido como ideal pela mídia, como quem é gordinho ou baixinho, acaba sendo discriminada. Infelizmente, a sociedade ainda não aprendeu a conviver com as diferenças de cada um. A sra. acha que falta investimento na reciclagem de professores? Jussara: Dentro do âmbito estadual não. Hoje, o professor da rede pública do Estado é mais acomodado e não quer fazer cursos de reciclagem. No entanto, capacitação existe e as escolas estão sendo equipadas. Infelizmente, muitos profissionais não querem estudar. Qual a sua perspectiva para a educação inclusiva no Brasil? Jussara: A proposta de inclusão, segundo os estudiosos, vai durar 20 anos. E a gente tem uma ansiedade muito grande em fazer com que ela aconteça hoje. Muita gente diz que a inclusão não vai dar certo porque os professores e as escolas não estão preparados. Na realidade, ela é um processo, que está acontecendo. Estão surgindo novas técnicas de trabalho com os alunos com necessidades especiais e cada vez mais as pessoas estão sendo obrigadas a aprender. Lucien Luiz Jussara Berno: "A sociedade precisa aprender a viver com as diferenças"
Educação inclusiva precisa de investimento
Assessoria de Imprensa – 05/06/2007 O assunto é polêmico e ainda não dispõe da atenção necessária do governo para se efetivar nas escolas brasileiras. A educação inclusiva, tema da II Jornada Pedagógica da Faculdade de Agudos (FAAG), carece de investimentos para a adaptação dos prédios escolares, adequação do sistema pedagógico e capacitação dos professores. Essa foi a bandeira defendida pelo professor-doutor Eduardo José Manzini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília, que abriu o ciclo de palestras da jornada, na noite da última segunda-feira. “A educação inclusiva precisa de investimento para adequar o ambiente escolar às necessidades dos alunos especiais. Os professores também precisam se preparar. Estamos caminhando para isso, mas o Brasil ainda está muito atrasado em comparação com outros países”, comenta Manzini. Apesar de todos os entraves, o professor é otimista e acredita que a inclusão, mais cedo ou mais tarde, ocorrerá no ensino brasileiro. Em entrevista à assessoria de imprensa da FAAG, Manzini ressaltou suas opiniões e perspectivas sobre o tema. Confira os principais trechos. O que faz o sr. acreditar na real efetivação da educação inclusiva no Brasil? Manzini: A educação inclusiva só será efetivada, de fato, se tivermos uma política de ensino para alunos com ou sem deficiência. E vejo que a política está caminhando para isso. O governo federal está dando grandes passos no sentido de dar diretrizes básicas para a educação inclusiva. Temos hoje um planejamento, diferentemente dos anos anteriores. Qual aspecto o sr. destacaria nesse plano? Manzini: Principalmente o investimento nas classes multifuncionais (salas especiais com recursos tecnológicos e pedagógicos). Antes, se falava em educação inclusiva e fechamento de serviços. Hoje, se fala em educação inclusiva e investimento em serviço. Acho que isso é um indicativo da existência de uma política para que as coisas aconteçam. As classes multifuncionais são fundamentais nesse contexto? Manzini: Essas salas serão um apoio à escola comum. O aluno vai estar matriculado na classe comum, mas poderá usar os recursos de ensino da sala multifuncional quando for preciso. Esses materiais serão usados na sala comum, entre os demais alunos. Qualquer estudante, independentemente da deficiência, poderá ser matriculado no ensino normal? Manzini: Existe uma legislação que já garante esse direito. O estudante que tem entre 6 e 14 anos pode ser matriculado, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) faz essa garantia. Então, as escolas precisarão de professores capacitados em educação especial? Manzini: Elas precisarão requisitar o serviço para o governo. As escolas terão de se mexer também. Mas o governo dispõe de profissionais para esse serviço? Manzini: Sim. Hoje existem vários profissionais formados. O Paraná fez uma contratação de 800 professores e São Paulo está fazendo a preparação desses educadores. Os investimentos estão começando a aparecer agora. O sr. acredita que os professores conhecem o significado e a necessidade da educação inclusiva? Manzini: Hoje, quando se fala em educação inclusiva, qualquer professor sabe do que se trata. Já faz 12 anos que falamos desse assunto. Mas hoje, principalmente na rede pública, existem muitos professores descompromissados com o ensino. Esse aspecto não pode afetar o processo da educação inclusiva? Manzini: Profissional omisso tem em qualquer profissão. A educação inclusiva não necessita de um professor diferente, mas de um bom professor, que saiba ensinar tanto o aluno deficiente quanto o não deficiente. Hoje, a repetência e a evasão são mazelas comuns na escola pública brasileira. Trata-se de um problema do aluno? Acredito que não. É uma deficiência do sistema de ensino, não apenas do professor. Mas existe o interesse do professor pelo tema? Manzini: Não se trata de interesse pelo tema. Temos uma lei que garante toda criança na escola. A política que está faltando é a de oferecer às instituições de ensino todos os recursos necessários ao aluno com deficiência. E as faculdades, estão aptas a preparar o professor para a educação inclusiva? Manzini: Não se trata de uma questão específica da faculdade. Acho que o sistema de ensino, considerando-se o infantil, fundamental, médio e superior, tem de mudar. Percebemos que as faculdades, principalmente as particulares – que têm mais flexibilidade – estão mudando seus currículos. Elas estão encontrando várias disciplinas para trabalhar com a questão da deficiência no currículo dos cursos de pedagogia. Por outro lado, temos as leis também. Por exemplo, o ensino de libras tem cinco anos para ser incluído na grade de todas as licenciaturas. O Brasil está atrasado na educação inclusiva? Manzini: Está. Frente aos países desenvolvidos, bastante atrasado. No entanto, não podemos esquecer do nosso histórico. Nesses 12 últimos anos, muitas coisas foram feitas, principalmente se a gente olhar o trabalho da Secretaria de Educação Especial. Independente de governo, se formos olhar o que foi produzido de material, foi uma coisa que nunca tivemos. E tudo online, tudo de graça. Então, o professor tem de começar a se atualizar por si só, a buscar os livros novos publicados todos os meses. É por isso que falo que a responsabilidade é da Federação, Estado, Município, mas também do professor. Não podemos só ficar culpando o governo. O aluno deficiente corre o risco de ser discriminado pelos colegas de escola que não são portadores de deficiência? Manzini: Não. Esta é uma questão que se colocava há 15 anos. Temos pesquisas que mostram que isso não acontece. Quando a criança surda vai para a escola, ela ensina libras para os amiguinhos ouvintes. É a questão da socialização. Por isso, não vejo nenhum empecilho. Em qual região do País a educação inclusiva está mais próxima do ideal? Manzini: No Estado do Mato-Grosso do Sul. Lá, as salas de aula são preenchidas com até 20 alunos quando um portador de deficiência é matriculado na classe normal. Isso ainda não acontece no Estado de São Paulo. Quais são as vantagens desse limite de demanda na sala de aula? Manzini: O professor tem tempo para planejar o ensino. Seria muito bom que os nossos filhos fossem ensinados em classes com até 20 alunos em vez de 40. No entanto, isso não ocorre atualmente porque não temos um sistema
Alunos de Administração visitam Duratex
Assessoria de Imprensa – 03/06/2007 Dezesseis universitários do primeiro ano do curso de administração da FAAG (Faculdade de Agudos) participaram de uma visita técnica à empresa Duratex, em Agudos, especializada na fabricação de produtos de madeira, louças e metais sanitários projetados para a indústria de móveis e à construção civil. A atividade ocorreu no dia 2 de junho e teve cerca de quatro horas de duração. Os alunos puderam conhecer o funcionamento da companhia, desde a linha de produção ao setor de recursos humanos. “Trata-se de uma atividade complementar à teoria de sala de aula, que tem o objetivo de dar noção ao estudante sobre o funcionamento da empresa. Na Duratex, eles conferiram a produção de MDF (placas de madeira), que é o principal produto da firma, além de passarem também pelos setores de treinamento, marketing, segurança no trabalho e RH”, explica Gislaine Zaneti, professora da disciplina de introdução à administração e coordenadora da atividade. Lucien Luiz Alunos de Introdução à Administração acompanhados da professora Gislaine Zaneti.
FAAG promove Jornada Pedagógica
Jornal da Cidade – 02/06/2007 – Regional Educação inclusiva será o tema da segunda jornada do curso de pedagogia da Faculdade de Agudos (Faag). O evento começará na próxima segunda-feira e se estenderá até a quarta-feira, com a presença de educadores renomados no meio acadêmico em Agudos (13 quilômetros de Bauru). O objetivo do seminário é debater o assunto com especialistas da área, a fim de ampliar os conhecimentos sobre o tema, principalmente entre alunos. “O curso de pedagogia da Faag é voltado para a educação inclusiva, o que explica a preferência dos universitários pelo tema. Nossa meta é a socialização desse conhecimento e o fomento da pesquisa na área”, ressalta Juliana Pereira de Araújo, coordenadora do curso na faculdade. Qualquer pessoa pode participar da jornada. Basta fazer a inscrição pelo site www.faag.com.br. Todos os dias as atividades começarão a partir das 19h. Na segunda-feira haverá palestra com o professor-doutor Eduardo Manzini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília, além de apresentações culturais. De acordo com a organização do evento são esperados cerca de 200 participantes, entre profissionais e estudantes da área. Quem marcar presença todos os dias receberá certificado. A Faag fica na avenida Celso Morato Leite, 1.200, em Agudos, à margem da rodovia Marechal Rondon, no sentido Interior-Capital. Lucien Luiz
Você ja diagnosticou um aluno hoje?
Agudos – 22/05/2007 – Jornal da Cidade de Agudos Temos complexos mecanismos de catalogar coisas e pessoas para torná-las conhecidas. Podemos classificar tudo por adjetivos. E assim temos bons amigos que procuramos em momentos difíceis, amigos fofoqueiros que procuramos sempre, amigos bem colocados no mercado que fazemos questão de manter contato. Temos músicas para rir, para a copa do mundo, para chorar… Professores tem alunos. Óbvio. E catalogam esses alunos? Certamente. Como? Também por adjetivos. Na falta de perspicácia e sensibilidade, nos trancos e barrancos da escola surgem gênios, puxa-sacos, rebeldes, drogadinhos, marginais, gays, lésbicas, ladrões, traficantes e em cada vez menor número: estudantes. E atrás desses adjetivos somem a infância, os problemas típicos da adolescência, a brutalidade da imposição de padrões de beleza, de riqueza… Percebem como o classificar um aluno é um ato muito, muito sério? Desse processo de adjetivação depreende-se outro muito importante que é o da constituição da auto-imagem escolar, da auto-imagem social de cada aluno. Ou seja, de nossa catalogação de professor depende em grande parte o conceito que o aluno tem de si mesmo enquanto estudante, enquanto ser aprendente, enquanto gente. E aí coloco a questão da prudência. Ensinamento antigo o da prudência… E em resumo lhes explico o porque da valorização dessa virtude. Porque conheço várias crianças e jovens. Muitas mesmo. Nenhuma me revela sinal de problemas. Sei que os Lucas costumam ser terríveis, as Gabrielas birrentas… mas não conheço nenhuma criança com “depressão profunda” apenas algumas mais mal-humoradinhas. Também não conheço nenhum adolescente com DDA (déficit de atenção) incontrolável, apenas com a desorganização e avoamento típicos da adolescência. E hiperatividade… Deixa pra lá… E conheço ainda muita criança simplesmente criança daquelas que no meu tempo de infância eram simplesmente elétricas, sempre com pernas roxas e galos na cabeça o que é no fundo sinal de saúde. Tenho inclusive um primo cuja fama tornou-se perpétua em nossa família. Foi o único caso registrado de um primo cujos pais procuraram a medicina. Que não descobriu nada além de energia em excesso e um pouco de dificuldade em respeitar limites. E cujos professores taxaram, abandonaram, tornaram um fracasso escolar ambulante e pior, contaminante! Não estou em hipótese alguma recusando a existência do DDA, do TDHA (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), da hiperatividade, da depressão, do TOC (transtorno obssessivo-compulsivo) ou o que for. Inclusive tenho lido muito a respeito e sugiro que façam o mesmo. Apenas estou considerando a banalidade com a qual definimos nossos alunos, nossas crianças, nosso futuro. Apenas estou alertando para um processo. O do conhecimento do ser humano. O saber ou procurar saber quais as qualidades e defeitos que cada um tem. Qualidades e defeitos dos alunos que nos chegam todas as manhãs, tardes e noites. Dos filhos que geramos no útero ou no coração. Apenas alerto para que não utilizemos nomes e palavras pesada demais como “deprimida” ou “Obssessivo-compulsivo” para substituir “meu jovem”, “moleque”, Joãos e Alessandras (e aqui entra aquela prudência). Apenas alerto para o fato de que de perto todos temos alguma loucura ou mania. Todos saem perdendo quando esses nomes, adjetivos são dados assim a esmo. Os pobres adjetivados se perdem tanto, que não chegam a saber quem são ou como são se não procurarem no google ou nas enciclopédias suas características psicológicas. Chegam a creditar que só remédios podem lhe capacitar a pensar, a aprender, a se socializar. Os pais perdem a oportunidade de amarem seus filhos como são. Perdem a magia de relembrar tempos depois altas traquinagens. Perdem a chance de conhecerem seus filhos verdadeiros “avoadinhos”, “elétricos”, “birrentos”… Pois querem filhos de comercial de margarina. Sempre limpos, sorridentes e inteligentíssimos como aquele que pede brócolis num comercial sei lá do que. E nós professores perdemos a chance de aprender. Perdemos a chance de ajudar a construir pessoas saudáveis e felizes. Livres de estereótipos que lhes ceifem as oportunidades. Perdemos a chance de sermos dignos de sermos classificados de mestres, educadores. Amigos. Você já deu algum diagnóstico hoje. Sugiro que diagnostique casos de criatividade, sapequice e inteligência. OBS* Pros curiosos… Meu primo felizmente esqueceu tantos diagnósticos. Hoje é casado, feliz, tem duas filhas e para minha admiração e alegria voltou a estudar! Juliana Araújo
Incrições para o PROUNI
Faculdade de Agudos – 23/05/2007 Portaria Normativa no 24, de 22 de maio de 2007. Regulamenta o processo seletivo do Programa Universidade para Todos – PROUNI referente ao segundo semestre de 2007. As inscrições para participação no processo seletivo do ProUni referente ao segundo semestre de 2007 serão efetuadas exclusivamente por meio eletrônico, mediante o preenchimento da ficha de inscrição disponível no endereço eletrônico www.mec.gov.br/prouni , doravante denominado endereço do ProUni na Internet, a partir do dia 23 de maio de 2007 até às 21 horas do dia 9 de junho de 2007. Vagas oferecidas – Curso de Administração – 07. Direção
A primeira professora
Agudos – 12/05/2007 – Jornal da Cidade de Agudos A imagem da minha primeira professora continua intacta na minha memória… Hoje, como professora me pergunto o porquê de tamanha admiração por aquela mulher. Tento organizar as idéias no afã de descobrir e chego a algumas conclusões ou algo parecido. Pra isso me questiono: qual a sua técnica de trabalho? Como era seu relacionamento comigo? O que ela fazia de especial? O que me ensinava de tão importante? Imagens e falas passadas me respondem. Quando penso na técnica ou na didática a vejo como algo que hoje se aproximaria da pedagogia do afeto que conhecemos através dos trabalhos de Gabriel Chalita. Ela me ensinava pelo sorriso, pelo toque, pelo olhar às vezes de consentimento às vezes de reprimenda. Ela falava muito em alguns momentos e admito que não entendia muita coisa, mas também falava pouco e me fazia entender muito. Claro que também pegou na minha mão pra firmar o traçado daqueles pequenos esboços e garranchos que dela saíam. E no mais tradicional dos métodos me colocou sim várias vezes de castigo. Aos meus olhos seu relacionamento comigo era sempre diferente em relação ao que ela mantinha com outras crianças. Eu sempre parecia especial. Mesmo magrela, descabelada e banguelinha… O que ela fazia de especial além de ensinar e contar histórias era claro, a merenda! Como esquecer bolos de cenoura e leite quentinho nas tardes frias de inverno? O que ela me ensinava de tão importante? Além de reforçar a letra, melhorar a tarefa me dizia que era feio falar palavrão, comer com a boca cheia, bater nos amigos. Obrigava-me a pedir por favor, com licença e dizer sempre: – obrigada!. Ah! Tinha de dar o lugar para os mais velhos, oferecer o que estivesse comendo para outras crianças e guardar os brinquedos que deixava espalhados. É claro que tinha o lado misterioso dela sempre descobrir as artes que eu aprontava, de estar sempre por perto quando eu me machucava e de forma muito suspeita se antecipar a vários perigos de infância como surras de amiguinhos, falta de merenda, febres e piolhos… Você teve uma primeira professora assim? Gostaria que todos tivessem tido. A minha ainda hoje continua próxima de mim. Me salvou em muitas outras ocasiões, inclusive na adolescência. Ainda hoje me ensina só com o lhar… Seu nome é Ilza Benedita. Mas sempre foi mais fácil chama-la de MÃE. Beijo a todas as primeiras professoras do mundo! Feliz dia das mães. Juliana Araújo
FAAG em Foco
Agudos – 1o/05/2007 – Departamento de Marketing Teve início neste primeiro de maio a nova programação do canal 13 da NET – Bauru. Com uma programação toda voltada a mostrar as coisas positivas da região, a TV NP com Você, fez sua programação deste primeiro dia falando sobre trabalho. Aproveitando o gancho do dia do trabalho, muitas materias A FAAG esteve presente neste primeiro dia de programação com o programa FAAG em Foco. Juliana Araújo, apresentadora do programa, recebeu o Dr. Nelson Paschoalotto, presidente do Grupo NP, Telma Toniol, socióloga e professora da FAAG e Nilson Bueno Jr., supervisor do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) de Bauru. Abordando o tema O Jovem e o Mercado de Trabalho o programa foi realizado em três blocos, onde os debatedores puderam expor suas opiniões e apresentar ao jovem as necessidades encontradas pelas empresas, necessidades de aprimoramento, dicas de postura em entrevistas de empregos, vestimenta, vocabulário entre outras dicas. No próximo programa será abordado o tema Empreendedorismo, os entrevistados debateram sobre o perfil do empreendedor, aquele que nao parte para o Mercado de Trabalho como empregado, mas sim como empregador. Participe do próximo programa enviando perguntas para o e-mail [email protected]. André Cortucci