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Assessoria de Imprensa – 11/06/2007

O deficiente na sala de aula foi a pauta da II Jornada Pedagógica da FAAG (Faculdade de Agudos), realizada entre 4 e 6 de junho. O evento reuniu educadores e pesquisadores renomados na área de educação inclusiva, que levantaram debates ainda polêmicos sobre o assunto. A necessidade de investimentos do governo na área, o despreparo do professor para lidar com o aluno deficiente na sala de aula e a falta de estrutura das escolas para receber esses estudantes foram os principais aspectos colocados em questão.

No primeiro dia da jornada, o professor-doutor Eduardo José Manzini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília, defendeu investimentos no projeto. “Isso é extremamente necessário porque é preciso adequar o ambiente escolar, assim como os professores têm de se preparar”, comentou.

Na mesma linha de pensamento, a professora-doutora Emília Freitas de Lima, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), destacou que a educação inclusiva depende de um conjunto de fatores, mas principalmente de uma adaptação e reorganização do atual cenário educacional do País. “A presença desses alunos (deficientes) em classes regulares, sem as condições necessárias, vai provocar uma exclusão efetiva. Portanto, é um assunto controvertido, tanto do ponto de vista da existência desse fenômeno nas escolas, quanto no quesito de como orientar a formação dos profissionais para lidar com os estudantes especiais”.

Na opinião de Lima, os esforços do governo para efetivar a educação inclusiva ainda são tímidos e tendem a transferir toda a responsabilidade aos educadores. “São medidas precárias, dando a idéia de que toda a questão se resolve só com a atuação dos professores. É mais uma responsabilidade que os docentes adquirem, sem a contrapartida nas condições, nem de carreira, nem de salário, nem de estrutura”, acrescenta.

A jornada também teve espaço para tratar do preconceito contra o deficiente, inclusive em âmbito escolar. A pedagoga Jussara Gonçalves do Carmo Berno, palestrante do segundo dia do evento, lembrou que atualmente, os termos usados para denominar os deficientes, na maioria das vezes, são carregados de preconceito, reforçando as dificuldades de inclusão social que essas pessoas enfrentam no decorrer da vida. Ela disse que a situação é muito comum também nas escolas.

“A faculdade não preparou adequadamente os docentes. Até alguns anos atrás, o universitário de pedagogia concluía a faculdade com aptidão para trabalhar com o aluno sem nenhum tipo de deficiência ou necessidade especial. Educação inclusiva não entrava na grade curricular. Está entrando agora, mas ainda em poucas instituições de ensino superior.”

Os assuntos debatidos na jornada atraíram centenas de participantes durante os três dias de evento, entre estudantes de pedagogia, professores e pesquisadores da área.

Missão cumprida

A II Jornada Pedagógica da FAAG contribuiu significativamente com a formação dos alunos de pedagogia, que puderam atualizar seus conhecimentos sobre educação inclusiva, tema do simpósio.

“Esse evento veio num momento positivo, porque a grade do curso de pedagogia da FAAG foi alterada. Além da faculdade já se preocupar com as áreas de deficiência mental e auditiva, a partir do semestre que vem teremos as disciplinas de deficiência visual e necessidades físicas”, comentou Juliana Araújo, organizadora da jornada e coordenadora do curso de pedagogia da FAAG. “Contudo, os assuntos debatidos pelos palestrantes são extremamente atuais e relevantes no cenário educacional do Brasil. Vão contribuir muito para a vida profissional dos nossos alunos”, completou.

<>Na opinião da mantenedora da faculdade, Márcia Regina Vazzoler, a jornada atingiu a expectativa. “Os objetivos foram cumpridos. O evento, mais uma vez, foi de grande valia para os alunos, que tiveram a chance de participar de discussões importantes sobre um tema (educação inclusiva) que está na pauta da educação brasileira”, completou. Durante os três dias da Jornada Pedagógica, os participantes puderam conferir apresentações culturais, como o Coral de Libras, performances de danças e capoeira, além de um teatro de fantoche com profissionais da Sorri, de Bauru.

Lucien Luiz