Home Notícias Microempresas de Agudos tem base familiar

< >Jornal da Cidade – 16/09/2007 – Rita de Cássia Cornélio

< >Pesquisa realizada pela Faag revela perfil de empresas e empresários do município

< >Pesquisa realizada pelos alunos de Administração de Empresas da Faculdade de Agudos (Faag) revelou que 71% das microempresas do município operam no ramo comercial e que a maior parte delas tem dificuldades para trabalhar com fluxo de caixa, não conhece ou tem problemas de trabalhar com margem de contribuição e poucas fazem planejamentos futuros. A identificação dos problemas enfrentados pelos microempresários de Agudos motivou a Faag, através da Empresa Jr., a preparar um curso de Administração Financeira voltado a esse público.

< >A pesquisa traçou um raio X dos estabelecimentos empresariais e foi desenvolvida em junho deste ano. Constatou que na cidade há 884 estabelecimentos empresariais, entre micro, pequenas e grandes empresas, sendo que 191 micro foram ouvidas. Deste total, 65% empregam até cinco funcionários, 21% entre seis e dez e apenas 12% dão emprego a mais de dez trabalhadores.

< >A maioria das microempresas estabelecidas em Agudos atuam no ramo comercial, explica o coordenador da pesquisa, professor Zenildo de Abreu. “Setenta e um por cento delas operam no ramo comercial, enquanto 19% na área de serviços, 7% no segmento industrial e 3%, não responderam.”

< >O resultou mostra ainda o perfil da microempresa, frisa o professor. “A grande maioria tem base familiar, o que é um comportamento normal. O empreendedor abre um negócio e conta com a participação de seus familiares.”

< >Os fatores que determinam o tempo de vida de cada microempresa, segundo a pesquisa, estão relacionados ao gerenciamento financeiro e expectativas futuras.

< >“A pesquisa demonstrou que a maior parte das empresas não trabalha com fluxo de caixa, não conhece ou tem dificuldades de trabalhar com margem de contribuição, relacionada com a formação do preço de venda e em relação ao futuro. Um número pequeno de microempresas tem planos traçados para o futuro.”

< >Poucos minutos

< >A distância entre Bauru, um pólo comercial, e a cidade de Agudos é um fator que influência no tempo de vida das microempresas de Agudos. Os 18 quilômetros que separam as duas cidades e o fácil acesso, por via de mão dupla, é um obstáculo para a sobrevivência dos empreendimentos.

< >Para manter a fidelidade, os estabelecimentos buscam acompanhar as inovações do setor, facilitam o preço e investem em propaganda, explica a microempresária Cristiane Soares Pauletti.

< >Há 18 anos no mercado de calçados e acessórios, ela não reclama. “Vendo cerca de mil pares de sapatos por mês. Acredito que a conquista do cliente é feita através da simpatia. Eu nasci em Agudos e conheço a maioria dos clientes, procuro cativar as amizades”, ensina.

< >Para manter o cliente fiel à sua loja, Cristiane não poupa promoções. “Em final de estação faço promoção com descontos bem atrativos. Durante todo o ano, uso carro de som e outdoor para propaganda.”

< >A busca pelo produto que está na moda e pelo que vai estar nos pés dos brasileiros na próxima estação, a microempresária faz através de revistas, visitas em feiras e pela Internet. “Meu marido é representante comercial de sapatos e isso facilita.”

< >As empresas que tiveram melhor desempenho na pesquisa são aquelas administradas por pessoas que possuem ensino médio, diz o professor e coordenador da pesquisa, Zenildo de Abreu.

< >“Podemos dizer que estes empresários conhecem ou buscam mais informações para o desenvolvimento de sua empresa. A pesquisa apontou que 3% dos microempresários são alfabetizados, 14% possuem o primeiro grau, 54% o ensino médio e 23% ensino superior.