Home Notícias Paschoalotto e João Bidu defendem comprometimento

Assessoria de Imprensa – 06/09/2007

O último dia da 5.ª Semana de Administração da FAAG contou com a presença dos empresários Nelson Paschoalotto – dono da maior empresa de recuperação de crédito da região de Bauru e sócio-mantenedor da faculdade – e João Carlos de Almeida, o João Bidu, proprietário da Editora Alto Astral, que se destaca como uma das maiores e mais reconhecidas no Interior do Estado de São Paulo.

O público, que mais uma vez lotou o pátio da faculdade, teve a oportunidade de conferir a trajetória profissional desses empresários, que contaram um pouco do início de seus projetos e falaram sobre empreendedorismo. Eles defenderam o comprometimento e a perseverança para chegar ao sucesso.

Abaixo, confira a entrevista que Paschoalotto concedeu à assessoria de imprensa da FAAG e, em seguida, o bate-papo com João Bidu.

Nelson Paschoalotto –‘Mercado exige comprometimento’

<>Qual a postura profissional que se deve ter para manter o emprego e crescer dentro da empresa?
Nelson:
Estar se capacitando freqüentemente e, sobretudo, ser comprometido com o trabalho, respeitando todas as regras impostas pela empresa. Acho que quando a gente respeita regras e está comprometido com a empresa, já começa a abrir caminho. Trabalhar, simplesmente para cumprir horário e receber o ordenado no final do mês não basta.

<>Durante sua apresentação, o sr. destacou a importância da criatividade no contexto do empreendedorismo.
Nelson:
Pois é. Iniciar um projeto, sempre é uma tarefa difícil e trabalhosa, por isso, a criatividade, a inovação, têm de existir. O empreendedor também não pode desistir nunca.

<>Hoje, qual o principal desafio que as pessoas têm de vencer no mercado de trabalho?
Nelson:
O medo de fazer as coisas. Quem quer realizar alguma coisa tem, simplesmente, que fazer. Quando existe medo disso ou daquilo, a realização fica comprometida. As empresas precisam de pessoas que saibam enfrentar desafios.

<>Na opinião do sr., qual o perfil ideal do trabalhador?
Nelson:
O trabalhador interessante é aquele que se preocupa em estar capacitado, informatizado, em aprender e em demonstrar comprometimento com o local de trabalho. Mesmo que ele for ficar dois meses na empresa, ele tem de estar comprometido, focado com ela.

<>João Bidu – ‘Acreditar e enxergar além’

<>Qual o segredo para obter o sucesso?
João Bidu:
É difícil a gente definir. Claro, que o sucesso advém de muito trabalho, de saber aproveitar oportunidades, acreditar e de ver uma luz onde ninguém está vendo nada. Mas, é complicado passar isso para as pessoas. Eu, por exemplo, vi uma oportunidade onde ninguém enxergava nada. Em 1986, quando lançamos a revista Guia Astral, todo mundo achava que era uma loucura, porque já havia uma revista de horóscopo, da Editora Abril. Falavam que não tinha espaço para mais nenhuma e que horóscopo só vendia no final do ano. Resolvemos ver se tudo isso era verdade e descobrimos que não, que havia um nicho de mercado totalmente inexplorado, tanto que a Guia Astral teve um sucesso retumbante. Em seguida, lançamos mais duas revistas no mesmo segmento. Portanto, a recomendação é acreditar e, lógico, arriscar, porque me lembro que eu tinha uma opção entre comprar um carro e fazer a revista. Resolvi guardar o dinheiro para desenvolver o projeto, que era o meu grande sonho. Poucas pessoas acreditaram, mas tudo acabou dando muito certo.

<>Na opinião do sr., falta aos empreendedores acreditar mais em seus negócios?
João Bidu:
Não posso dizer que seja exatamente isso. Bem pelo contrário, hoje, as pessoas são muito melhor preparadas. Na época em que lancei a revista Guia Astral, eu não tinha nenhum preparo, porque havia feito faculdade de ciências físicas e biológicas, que nada tem a ver com o ramo editorial. Meu sócio também vinha de uma outra escolaridade e a nossa experiência era totalmente radiofônica. Colocamos na revista o que fazíamos no rádio, porque achamos que agradaria, e realmente agradou. Acho o jovem de hoje melhor preparado, mas, atualmente, as coisas são mais difíceis. Na época, não fizemos pesquisa nenhuma para saber como era o mercado editorial, simplesmente acreditamos, lançamos e deu certo.

<>O sr. quer dizer que a concorrência é mais agressiva hoje?
João Bidu:
Muito mais. A concorrência, a competição no mercado, estão muito mais ferrenhas. Se lançássemos a Guia Astral hoje, nos moldes em que foi lançada, pode até ser, teria que contar com muita ajuda divina para dar certo, mas a chance de fracasso seria muito grande. A Guia Astral, quando lançada, era uma revista com apenas 32 páginas, enquanto a revista Horóscopo, da Editora Abril, tinha 64. A nossa era preto-e-branca, enquanto a concorrente tinha duas cores e era totalmente consolidada. Além disso, a Guia Astral tinha que custar mais caro que a revista líder para que não tivéssemos prejuízo. Mesmo assim, ela acabou emplacando.

<>Vocês enfrentaram algum tipo de dificuldade no início?
João Bidu:
Dificuldade eu diria que não, porque desde o lançamento da revista as vendas foram muito boas. De 40 mil exemplares, conseguimos vender 23 mil. Para quem não era conhecido e não tinha nenhuma pesquisa de mercado em mãos, o resultado foi muito satisfatório. Não posso dizer que tivemos dificuldades. Mas, isso não é regra, é exceção. De modo geral, todo mundo no início de negócio acaba enfrentando vários obstáculos e tem de ter persistência, ajuda de pessoas e procurar conversar muito com os mais experientes.

<>Vocês contaram com a ajuda de alguém?
João Bidu:
Não, assim como não nos baseamos em ninguém. Tive ajuda sim. Já tinha desistido de lançar uma revista nacional. Uma vez eu fui à Editora Abril, e um rapaz me disse que lamentava muito, mas um astrólogo como o nome João Bidu não ia distribuir porque achava que não passava credibilidade. Até que em 1984 fui a Catanduva, lançar uma outra revista, e lá encontrei um distribuidor, que havia trabalhado na Abril, e ele me encorajou a voltar novamente lá, porque a editora estava muito mais aberta a editores externos. Portanto, não posso negar essa ajuda, se não fosse o incentivo dele, talvez a gente não estivesse chegado onde chegamos.

<>Na opinião do sr., qual foi o diferencial da Guia Astral, que cativou o público desde a primeira edição?
João Bidu:
Até hoje não conseguimos saber essa resposta. Tentamos repetir a fórmula com outras revistas, mas não deu certo. A grosso modo, o nome Guia Astral é forte. O fato de ter a minha foto na capa também ajudou, porque passou credibilidade. Em épocas anteriores, muita gente lançou revista de astrologia, mas sem a foto do astrólogo, o que fazia muita gente a não acreditar que a pessoa existia. No entanto, acho também que foi a maneira simples de escrever, associada às matérias sobre sexo e amor, que conduziram a revista para essa aceitação maciça. Ela tratava de assuntos que as concorrentes não abordavam. Imagine falar de sexo, de relacionamentos e sonhos há 21 anos. Era um grande tabu. Fizemos uma ousadia que deu certo.

<>Qual o conselho que o sr. daria para os empreendedores que estão começando agora?
João Bidu:
Acreditar no sonho, ter persistência, pé no chão, saber que os primeiros anos serão de dificuldades e que os ganhos virão só num segundo momento. Também não se deve misturar conta pessoal com conta da empresa, além de se privar de muitas coisas em nome daquele sonho. Se você se entusiasmar e com o primeiro dinheiro que entrar já comprar um carro novo, quiser mudar o seu padrão de vida, isso pode ser muito perigoso num momento mais adiante.

Lucien Luiz