O curso de Pedagogia frequentado na FAAG foi só o início de uma longa e consistente carreira acadêmica para o professor e pesquisador Rafael Vilas Boas Garcia, 30 anos, que acabou de defender sua tese de doutorado pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Com o título “Creche: proposta de curso presencial e a distância para atuar com alunos com Transtorno do Espectro Autista”, Rafael testou um modelo didático de formação presencial e a distância de professores para educação inclusiva de crianças com deficiência, especialmente com autismo.
O doutorado concluído por ele faz parte de um programa de pós-graduação em educação especial único no Brasil. Foram quase 4 anos de dedicação à pesquisa. Durante seis meses, Rafael esteve na Utah State University, situada na cidade de Logan, Estado de Utah, nos Estados Unidos, para ampliar suas fontes de pesquisa.
“Senti a necessidade de conhecer uma realidade em que a educação desse público fosse realmente de qualidade. Lá [nos Estados Unidos] tive o entendimento real e prático da eficácia na qualidade de vida de uma criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e sua família, de um trabalho realizado por profissionais extremamente qualificados e universidades e institutos de referência no mundo”, acrescenta.
Nestes locais, a alta qualidade de ensino está diretamente relacionada ao uso de procedimentos cientificamente testados. “O bom trabalho feito por um pesquisador reflete diretamente em políticas públicas, que promovem instrumentos para fiscalização e acompanhamento de trabalho voltado a essa população. E mais ainda, é possível gerar melhores condições para a promoção de qualidade de vida”, destaca Rafael.
O ex-aluno da FAAG conta que a vivência no Exterior também foi importante para ter parâmetros sobre a valorização da pesquisa. “Ser pesquisador no Brasil, principalmente no momento atual da política nacional, é ainda uma condição desvalorizada quando comparado a outros países. Mesmo assim, uma dedicação fundamental para a educação brasileira”, completa.
Estímulo
Rafael terminou o curso superior de Pedagogia na FAAG em 2011. Ele lembra que os primeiros estímulos para seguir carreira acadêmica ocorreram nessa fase. “Foi com a Márcia Vazzoler [mantenedora] que tive meu primeiro contato com pesquisa. Fui aluno bolsista integral de graduação, pois não tinha como pagar pelo curso na época. Os professores sempre me convidavam para fazer pesquisas e participar dos projetos sociais da Faculdade como voluntário. Foi graças a essas vivências que cheguei até aqui”, ressalta.
Rafael assumiu recentemente o cargo de professor adjunto A na Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista. Hoje, leciona disciplinas como Psicologia da Educação e Aprendizagem e Pesquisa em Psicologia (Método Qualitativo) para alunos do curso superior de Psicologia da instituição.
Em 2016, Rafael concluiu mestrado em Psicologia também pela UFSCar. O tema da dissertação foi “Ensino de conceito de número para crianças com Transtorno do Espectro Autista”.
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